Ardente - Memorial para Pedro e Inês de Portugal
58ª Produção
Estreia: 01/10/2011

ACTA - Ardente - Memorial para Pedro e Inês de Portugal ACTA - Ardente - Memorial para Pedro e Inês de Portugal ACTA - Ardente - Memorial para Pedro e Inês de Portugal ACTA - Ardente - Memorial para Pedro e Inês de Portugal ACTA - Ardente - Memorial para Pedro e Inês de Portugal ACTA - Ardente - Memorial para Pedro e Inês de Portugal ACTA - Ardente - Memorial para Pedro e Inês de Portugal

Carreira: Faro, Lublin (Polónia), Opole (Polónia), Lagos, Albufeira, Lagoa, Portimão, Loulé, Tavira

A tragédia de D. Pedro I e D. Inês de Castro está entre os temas mais abordados pelas artes e literaturas de todo o Mundo. Parece que é mesmo o terceiro tema mais abordado - depois de Jesus Cristo, que é o primeiro, e de Napoleão, que é o segundo. Facto incontestável, é que o tema ocupa um lugar de grande relevo e extraordinária curiosidade de pretexto não só histórico mas também mítico, filosófico, artístico...
A ACTA aborda de novo este tema numa tripla perspectiva de novidade: primeira, a narrativa não segue a cronologia histórica dos acontecimentos – a nossa história começa já Pedro e Inês estão nos túmulos; segunda, a história será contada apenas com recurso à imagem e à música – portanto, sem recurso à palavra dita; terceira, para dirigir este espectáculo convidámos um dos mais proeminentes encenadores europeus, especialista neste género de realização teatral, o polaco Leszek Mądzik.

Mądzik pratica um teatro sem palavras. A razão é a sua profunda convicção de que existem esferas da realidade humana que não sucumbem à palavra falada. No seu teatro "cósmico", ele reabilita arquétipos enterrados, dando aos espectadores uma oportunidade renovada para uma percepção pré-racional do mundo. O frágil universo onírico dos seus espectáculos é criado com as sombras e os movimentos de forma elaborada, subjugada ao ritmo marcado pela música. O espectador fica "sozinho na multidão", porque é separado, pela escuridão, dos outros espectadores, bem como do palco. Com a sua imaginação, vagueia através de outras dimensões da realidade apreendida pelo poder do Bem e do Mal.

Classificação Etária: Maiores de 12 anos

Ficha Artística, Técnica e de Produção

Criação Cénica: Leszek Mądzik
Coordenação e Dramaturgia: Andrzej Kowalski
Direcção Musical: Zé Eduardo
Intérpretes: Bruno Martins, Carlos Pereira, Glória Fernandes, Liza Veiga, Luís de A. Miranda, Luís Manhita, Tânia Silva, Zé Alegre
Execução Plástica: Tó Quintas
Operação de Luz: Octávio Oliveira
Operação de Som: Pedro Leote Mendes
Produção Executiva: Elisabete Martins
Divulgação: Tânia Silva
Secretariado: António Marques
Direcção Artística e de Produção: Luís Vicente

Destaques de Imprensa

“O mais importante festival de teatro de Lublin abriu com o mais recente espectáculo de Leszek Madzik. (…) O teatro de Leszek Madzik oculta, mas ao mesmo tempo mostra, obriga-nos a pensar.”
Konfrontacje Teatralne, 14/10/2011

“Inflamada e ardente foi a tarde de sexta-feira que iniciou o festival “XVI Confrontações Teatrais”. Leszek Madzik mostrou de maneira impressionante a história do rei que mandou exumar o corpo da amada Inês (…) A forte cena de amor entre amantes nada permitia prever que o inflamado erotismo e sede de viver iria levar até à morte.
No teatro sem palavras, Leszek Madzik, pela primeira vez, introduziu o canto “ao vivo”. A magnífica lamentação é executada pela rapariga que já cantou ópera na Alemanha. Neste espectáculo, com o seu canto, exprimiu deleite, êxtase e desejo. Todo o espectáculo é o ressuscitar do amor que tanto fascinou Madzik.”
Waldemar Sulisz, Dziennik Wschodni, 15/10/2011

“Leszek Madzik quebrou um dos princípios que regem o teatro dele – deixou de transformar as suas personagens em objectos, deu-lhes o direito de voz, direito de exprimir as emoções, de viver paixões. Mesmo assim, ficou ainda muito da estética da qual o artista nos habituou. Não aparece nem uma palavra neste espectáculo; não há nenhum contacto físico entre protagonistas. Inês e Pedro vivem a cena de amor separados por uma parede preta. Hirto em êxtase o corpo da jovem actriz portuguesa, bronzeado e coberto por um vestido solto é, na minha opinião, uma das mais bonitas cenas que mostra satisfação erótica de mulher.”
Katarzyna Krzywicka, Nowa Siła Krytyczna, 18/10/2011

“O teatro plástico é uma das mais difíceis formas teatrais mas também uma das mais intrigantes e a que transporta o espectador para outro microcosmos específico. No festival “Konfrontacje Teatralne” não podia faltar um dos mais importantes criadores desta corrente teatral. O poeta do espaço – Leszek Madzik, apresentou desta vez no festival uma criação portuguesa. (…) Sendo importante a imagem, pura forma que este encenador está a desenvolver ao longo dos anos, esta obra como tantas outras dele é universal, e pode ser apresentada em qualquer canto do mundo. Também trata de um assunto universal: o fundamental direito de poder amar e poder decidir sobre o seu destino. (…) “Ardente” mostra que Leszek Madzik continua a ser coerente na caminhada que começou muitos anos atrás, pintando os seus quadros literalmente em frente do espectador. Utiliza para isso um específico e original pincel – o fino e delicado feixe de luz. Feixe este que é como uma linha, ou melhor uma faca que rasga a escuridão do palco, marcando, reduzido ao limite, o espaço do actor. Neste espectáculo o actor transforma-se em sombra, em pura forma plástica através de qual fala o encenador.”
Anna Petynia, Teatralia Lublin, 22/10/2011

Comentários do Publico

Uma poesia de luz e máscara
Movimento de uma intensidade decidida
Será isto o teatro “cósmico” de Leszek Madzik ou o teatro “cósmico” dos nossos sonhos?
Os nossos olhos não conseguem deixar de olhar para o palco e no entanto não há palco apenas um mundo estranho de som e movimento de aspeto antediluviano
Lágrimas de felicidade
Amor revelado
Trememos nos nossos lugares, tentamos acordar deste sonho mas os atores hipnotizam-nos, magnetizam-nos
Lentamente uma história é revelada, uma com a qual já sonhámos nas chamas do nosso inconsciente
A música pulsa nas nossas veias uma voz penetrante exige ser reconhecida
Finalmente
Finalmente caímos nos nossos lugares
Em silêncio
As luzes acendem-se
Saímos do teatro mas o teatro não nos deixou
Uma figura feminina negra curvada aproxima-se exibindo uma mão horrivelmente deformada implorando com uns olhos quase invisíveis por debaixo de uma pele retorcida e sofrida, pedindo Misericórdia e dinheiro
Bravo
Parabéns
ao Luís Vicente, aos Atores, aos Músicos, à Equipa Técnica da ACTA, por este evento extraordinário que todos deveriam vivenciar!
Enviado com amor no dia quatro de outubro de 2011
- white oak men, também conhecido por john gruntfest

Ardente comoveu-me profundamente. Pensava que o teatro estava morto e agora o meu coração regozija porque ainda está vivo. A melhor peça que vi nos últimos 40 anos. Movimento à velocidade de uma pedra que se desfaz. A escuridão seduz. Abranda a respiração. Relaxa os olhos. A frieza da pedra. Tristeza profunda e beleza profunda. Imagens pictóricas obrigando o público a um envolvimento interno. Sopro de pedra. Cromeleques vivos. Bravo para o director e para o encenador, atores e actrizes, desenho e técnico de luz, e aos músicos.
Muito obrigado pelo vosso trabalho.
Megan Bierman
Artista multidisciplinar e educadora de artes para crianças na escola familiar Buen Dia

Projecto Co-Financiado pelo Programa Operacional ALGARVE21