Troilo e Créssida
51ª Produção (Co-Produção com Companhia de Teatro de Almada e Companhia de Teatro de Braga)
Estreia: 29/04/2010

ACTA - Troilo e Créssida ACTA - Troilo e Créssida ACTA - Troilo e Créssida

Carreira: Almada, Lagoa, Braga

Inédita em Portugal, a peça Troilo e Créssida, de William Shakespeare estreia-se numa co-produção do Teatro Municipal de Almada, da Companhia de Teatro de Braga e da ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, dirigida por Joaquim Benite e José Martins. Escrita entre 1602 e 1603 – contemporânea de Hamlet, portanto –, a peça foi desprezada até finais do século XIX, sendo-lhe apontados desequilíbrios vários (seria uma comédia ou uma tragédia?) e, até, um recorte escandaloso. A história do amor arrebatado entre o herói Troilo – o mais jovem dos filhos de Príamo, rei da cidade de Tróia – e a grega Créssida, que tem lugar numa Tróia já sitiada pelos gregos – é apenas uma das linhas que tece esta trama dramática, mais interessada em demonstrar a pusilanimidade do grego Aquiles, cuja recusa em combater custa a Nestor e a Ulisses persuasivos apelos a uma mudança de atitude. A infidelidade de Créssida – personagem medieval que aqui se intromete –, o apagamento de Troilo e a morte de Heitor às mãos de Aquiles sinalizam a decadência de um mundo heróico, que tocou particularmente os encenadores contemporâneos, desiludidos com um Mundo de guerras e enganos sucessivos.
Estando a rainha moribunda (Isabel I de Inglaterra morreria em 1603), William Shakespeare escreve Troilo e Créssida, peça em que – segundo Peter Ackroyd, autor de Shakespeare/A biografia – «todas as certezas e crenças da vida de corte são tratadas como material para riso e humor negro. Shakespeare aposta [aqui] em subverter deliberadamente a lenda de Tróia. É uma peça em que as crenças ortodoxas na coragem troiana e na bravura grega são invertidas, revelando uma realidade dura, brutal e hipócrita subjacente às acções de ambos os lados. Os únicos valores são os que o tempo e a moda vendem: vender é aqui a palavra justa, uma vez que todos os valores são mercadorias para comprar e vender no mercado.
Troilo e Créssida é uma comédia selvagem e satírica sobre os temas do amor e da guerra, que trata ambos como falsos e volúveis. [...] As palavras de Shakespeare são magnéticas. Todas as partículas de uma cultura de corte decadente, um mundo decadente de heroísmo e nobreza individuais atravessaram o seu ser».

Classificação Etária: Maiores de 12 anos

Ficha Artística, Técnica e de Produção

Texto: William Shakespeare
Tradução: António Conde
Encenação: Joaquim Benite e José Martins
Intérpretes: Alberto Quaresma, André Albuquerque, André Gomes, André Laires, André Silva, Carlos Pereira, Carlos Santos, Celestino Silva, Ivo Alexandre, Jaime Soares, João Abel, Luís Vicente, Luzia Paramés, Manuel Mendonça, Maria Frade, Mário Spencer, Marques d’ Arede, Miguel Martins, Mónica Duarte, Tânia Silva
Cenário e Figurinos: Christian Rätz
Assistência de Encenação: Rodrigo Francisco, Teresa Gafeira
Desenho de Luz: José Carlos Nascimento
Colaboração Cenográfica (cortejo): Gonçalo Marto
Sonoplastia: Guilherme Frazão
Penteados: Miguel Moleno
Esgrima Artística, Combate Cénico: Carlos Pereira
Colaboração Coreográfica: Jean Paul Bucchieri
Assistência de Cenografia: Joana Ferrão
Direcção de Montagem: Carlos Galvão
Maquinistas: Marco Jardim, António Antunes
Operação de Luz e Som: Guilherme Frazão
Montagem: Guilherme Frazão, Marco Jardim, Paulo Horta, António Antunes, António Cipriano, João Martins, Vasco Candinho, Fábio Torella, João Teles
Design: Gonçalo Marto
Fotografia de Cena: Rui Carlos Mateus
Produção: Paulo Mendes
Assistência de Produção: Rui Lopes

Agradecimentos: Teatro Nacional D. Maria II
Apoios: Jornal Triângulo, Colorfoto