Antígona
28ª Produção (Co-Produção com Grémio das Músicas)
Estreia: 15/04/2004

ACTA - Antígona ACTA - Antígona ACTA - Antígona

Carreira: Faro, Portimão, Albufeira, Tavira, Loulé, Vila Real de Sto. António, Almada

O texto de Sófocles começa com a chegada da Antígona a Tebas. Na sua cidade os seus dois irmãos, Etéocles e Poliníces disputam o poder pela força, em vez de o partilharem, alternando-o, como tinha sido estabelecido. No campo de batalha morrem às mãos um do outro, deixando o poder ao familiar mais próximo, o seu tio Creonte. Chegado ao poder, Creonte cria uma lei: todos os que morreram defendendo a cidade terão um funeral digno. Os que lutaram contra a sua Pátria serão deixados ao abandono, sem sepultura. Quem desobedecer a esta lei será condenado à morte.
Antígona não consegue pensar na ideia de deixar um irmão sem sepultura. Pede ajuda à irmã para o enterrar mas esta recusa com medo das consequências. Antígona parte só para o campo de batalha e cobre o irmão com terra, prestando-lhe a homenagem devida a um morto.
É descoberta, levada a Creonte, que a condena a ser abandonada até morrer num túmulo de pedras. Sem se arrepender nem nunca clamar por piedade, Antígona enfrenta o seu destino e enforca-se na tumba.
Sófocles talvez pretenda mostrar com esta peça que o melhor caminho para fazer justiça é intercalar as leis humanas com as universais, buscando um ponto que tente harmonizar os desejos das partes envolvidas.

Classificação Etária: Maiores de 12 anos

Ficha Artística, Técnica e de Produção

Textos: Sófocles e María Zambrano
Tradução (do texto de Maria Zambrano): Maria João Neves e Dario Suarez Serón
Dramaturgia: Luís Vicente e Ana Cristina Oliveira
Revisão Técnica: Adriana Nogueira
Encenação: Luís Vicente
Concepção Plástica: Luís Vicente
Música e Direcção Musical: Zé Eduardo
Coreografias: Evegueni Beleaev (Companhia de Dança do Algarve)
Cenografia, Adereços e Execução: Tó Quintas
Figurinos: Esmeralda Bisnoca (Atelier Espalhafatos)
Intérpretes: Afonso Dias, Ana Cristina, Carlos Botinhas, Elisabete Martins, Henrique Prudêncio, Joana Sá, João Jonas, Jorge Soares, Luís de A. Miranda, Mário Spencer, Pedro Santos, Tânia Silva
Bailarinos: Angelika Makarova e Konstantin Makarov
Instrumentistas: Hugo Alves (trompete), Sónia “Little B” Cabrita (percussões), Wenzl McGowen (sax tenor), Zé Eduardo (contrabaixo e teclados)
Assistente de Encenação: Elisabete Martins
Desenho de Luz.: Luís Vicente e Noé Amorim
Costureira: Marta Rocha
Assistente: Alexandra Abelha
Operação de Luz: Nuno Neto
Operação de Som e Vídeo: Noé Amorim
Direcção de Cena: Elisabete Martins
Direcção de Actores: Jorge Soares e Luís Vicente
Contra-regra: Ana Gabriel
Assistente de produção: Ana Gabriel
Fotografia: Pedro Pereira
Secretariado: Dina Felgueiras
Direcção Técnica: Noé Amorim
Direcção de Produção: Luís Vicente

Destaque de Imprensa

“Esta Antígona é, pois, outra Antígona e essa é uma das razões que nos levam a sentir a força, a originalidade que o espectáculo reflecte. Um outro aspecto tem a ver com o papel desempenhado pela banda sonora, de uma grande riqueza musical, imprimindo ao espectáculo qualquer coisa de diferente, de imaginário, o que tem a ver também com o papel desempenhado pela cenografia. […] Muito se poderia avançar na tentativa de interpretar o significado do espectáculo da ACTA, mesmo em termos críticos. […] Este espectáculo constitui uma das grandes surpresas do teatro português dos nossos dias. Com mais surpresas destas, ele passaria a ser outra realidade.”
Carlos Porto, Jornal de Letras, 16/02/05

“Grande noite a que tive em Faro, no Teatro Lethes. (...) Em boa hora, o grupo de teatro ACTA que para fazer isso mesmo – Teatro – tem sido um grupo de heróis lutando contra a falta de meios, a falta de instalações e a falta de apoios firmes e decididos (tem-se visto gregos...), propõe aos Algarvios este monumento do pensamento político, construído por Sófocles há 26 séculos mas porque é mito – um dos mitos mais inquietantes que a Humanidade já produziu até hoje - está actual. A discussão entre Creonte e o seu filho Hémon é um diamante de arte política que apenas o teatro pode encastoar precisamente no ouro do mito. (...) Vejam a peça, vejam como a aparentemente frágil Joana Sá se agiganta no papel e assume a denúncia da morte que se pratica onde a morte não se vê (...) E aplaudam Luís Vicente que, em Faro, está para o Teatro como o maestro Álvaro Cassuto está para a Música. Oxalá que os deixem fazer escola, gerar excelência, fomentar paixão. Gostaria de ver filas enormes de gente a comprar bilhetes para a Antígona, para indagar com inquietação a diferença entre um crime santo e uma impiedade ímpia – que é o que está em questão na peça de Sófocles.”
Carlos Albino, Jornal do Algarve, 11/11/04

“A Companhia de Teatro do Algarve (ACTA), (...) está mais uma vez de parabéns. A sua recém-estreada peça «Antígona», (...) é um exemplo de que as produções de qualidade não surgem apenas nos grandes centros urbanos. Destaque para a encenação, a cargo do veterano Luís Vicente, para a junção da música de Zé Eduardo e das coreografias de Evegeni Beliaev, e ainda para a prestação dos actores, com relevo para a jovem estreante Joana Sá, no papel de Antígona. Trata-se de um espectáculo a não perder, (...)”
Barlavento, 18/11/04

“A nova produção da ACTA – Antígona – tem dado que falar. Para uns fascinante, para muitos hermética e elitista, as opiniões dividem-se. E eis que nasce a polémica.(...) O espectáculo fere: obriga a ver, a pensar, a sentir e a tomar posições. (...) Genial, polémica, hermética, aborrecida ou estimulante, esta produção cumpre uma função vital nos tempos que correm: os seus múltiplos níveis de interpretação dão muito que falar. Escolha o seu.”
Patrícia Amaral, Postal do Algarve, 09/12/04